domingo, 29 de março de 2009

Sossego.

Olha pra mim.

Me reconhece.

Confia que eu te levo para onde eu também nunca fui.

Mas confia.

Confia que vai dar tudo certo, que tem um lugar reservado pra felicidade em algum lugar do tempo.

No presente,

No futuro.

Nos embasamentos do passado.


Por isso preciso que você me olhe.
Mesmo que me envergonhe.

Já que tirar o meu sossego é tarefa fácil, vive comigo a intolerância por facilidades.

quinta-feira, 26 de março de 2009

Hummmmm....

Vem da terra, dos plantios de trigo.
É a magica da fermentação.
Memórias mesopotâmicas e bíblicas justificam o suor dos trabalhadores que aram a terra e batem a massa do pão.

Inicia-se.
Glorifica-se em claridade e suavidade pela manteiga.
Belas vacas dos campos e pastos mais longínquos.
Remete-se ao prazer na ingenuidade da ordenha, da fazenda, da ruralidade.
Lindas e claras camponesas, leite puro e denso.
Processos centenários para também processar a particularidade e audácia do queijo; o paladar atrevido e apurado que vem em forma de lava.
Incandecente.
Derretido e calmo.
Porém macio.
Impiedosamente alucinógeno ao tocar as papilas.

Afirma-se e revela (até ao mais indiferente) o instinto de caçador.
Instinto de carnívoro primitivo com sede proteica.
Sangue e verdade no perfume, suculência e autoridade de finas fatias de presunto.

Sente-se então mediterrâneo.

Remetido aos mares e ilhas da Grécia, espiritualizado nos vales úmidos da velha Itália ou até enamorado em uma paixão caliente temperada à Espanhola... um toque europeu de orégano e milimétrico capricho francês.

Torna-se enfim orgulhoso!
Fruto de tecnologia onde possibilita-se, por meio de um pequeno forno nas condições ideais de temperatura e tempo, a fusão laticínia e crocância do pão sagrado.

Nasce!

Dourado...

A mistura de cheiros, texturas, temperaturas e sabores.
Uma prece, uma realidade na medida para qualquer suposição de prazer.

Enfim,

Misto quente.

sexta-feira, 20 de março de 2009

Hoje é sexta feira...

Vento Brasil
(João Martins,Clarice Azevedo e Dicaprio)

Na velha Olinda chego em Madureira
Na Praça XI chego no Pelô
Na Castro Alves vou pra Rio Branco
Invoco os errantes de outros carnavais

No Olodum à Banda de Ipanema
E no Recife o Galo madrugou
Nesse encontro de Brasilidade
Em toda cidade eu mostro quem eu sou

Eu danço Xote, Frevo, Embolada
E na batucada o meu Tambor dirá
Que o som da terra tem cor de Caboclo
Cheiro de Senzala e Tupinambá

Eu me abraço com a minha gente
Que é do Sul ou do "ó xente", é povo feliz!
Trago na alma a esperança
Mesmo sem ter bem certa a diretriz
Mais faço a festa ser animada
Em cada canto deste meu País...

E cada vez mais sinto o vento Brasil
Beijar meu viver
Sou dono de toda cidade
Da tarde e do amanhecer


...


Bom final de semana pra todos!

quarta-feira, 18 de março de 2009

Fazer o que?

O que eu faço então?!
Mudo o meu modo de agir?

Claro, pois é muito mais fácil justificar carmaticamente as crueldades mundanas.

Dizer que a culpa é toda minha.

Dizer que se agisse diferente, se fosse "melhor" nada nunca iria me acontecer.

Sim.

Fui assaltado.

E não adianta dizer que poderia ter feito, poderia não ter feito.

Sim.
Fui assaltado.

Me levaram coisas que me pertenciam e também nem adianta botar a culpa nos outros... em quem talvez devesse estar ali pra nos "proteger" e não estava...

Poxa... não adianta nada.

Foi...
Levaram...
corremos...
gritei...


Permeados e milimetricamente recosturados por:

Tive medo...
Pensei...

Agi...

Verbos e verbos que agora, no morno do acontecido, só me encaminham ao agradecer...
Agradecer por nada de mais grave ter acontecido (Dá até vontade de rir!!!!).

Mas não vou mais supor...

Nem que a arma era de plástico nem se valia a pena mais uma volta no quarteirão ou um "desenrole".

Só quero descansar.
Só preciso lamentar...
Só devo tentar ser o que sempre fui já que nada disso tinha acontecido antes.

Sim.
Tá perigoso.

E pelo visto tem muito sapo pra ser engolido.
Afinal em redoma de vidro não dá pra viver.

Sim.

Tem mais gente na jogada.

A particularidade de estender essa história; reaquecer com vontades bélicas, marciais ou qualquer desfuncionalidade dessas somente incitará e aumentaria o que não pode proliferar.

A violência nua, pobre, burra e crua.

Pimenta no dos outros é refresco...
Por isso agora, joga fora o "meu lugar"...
Joga fora a "malandragem", a "intocabilidade" e por fim vista-se de vítima.

Covarde.
Correto.
Confuso e preocupado.

E vamos indo...

fazer o que?

Fazer o que?

...

Fazer o que?

segunda-feira, 16 de março de 2009

Seja mais você.

E se eu disser que sou mais eu?

Que daria pra mim se fosse mulher?

Prefiro do que brigar.
Afinal já cresci mais um pouquinho e confiar no próprio taco é muito mais legal do que pegar o telefone e implicar com seus ex-amores.


Sou MUITO mais eu, hein?!

Eles são "ex".
Eu sou "O".
Eles são OUT.
Eu sou IN.
Eles são feios.
Eu...

eu...

Ah...

quinta-feira, 12 de março de 2009

O segredo da Vitória.

Segredo é igual a vizinho maconheiro.
Todo mundo tem.

Segredos não são mentiras... são apenas segredos.
E é errado dar à eles esse tom de reprovação.

Quem mede a intensidade de um segredo?
Há segredos sérios...
Há segredos despretensiosos....
Mas há...



Segredos também não são traições...são apenas segredos.
Coisas que não são pra outras pessoas saberem e nem sempre angustiam.

Mas quando é dificil guardar...

Tem segredo que não cabe na gente.
Vai tomando conta... vai tomando forma pontuda, ouriçal em si e escapa pela boca.

Peixe morre pela boca.
O segredo também..
...


Ps."Ouriçal em si"... Existe "ouriçal"???

domingo, 8 de março de 2009

mujeres

Ah não vou comprar presente pra ninguem hoje não!!!
Tô duro... sabe como é....

Acho que basta dever a minha vida às mulheres.
Um dia eu pago...juro!

Elas me deram tudo o que tenho, e me fizeram o que sou.
Me deixaram solto, me prenderam, me apaixonaram, me fizeram carinho e me bateram.
As mulheres são freio e acelerador.
Marcha automática pois são elas mesmas que ditam o quanto devemos lidar com a nossa energia. Onde devemos gastá-la.

Tenho mulheres de todas as cores, de várias idades e de muitos amores.
Cada uma fica marcada para o sempre.

E de certas formas elas me pertencem sim....Mulheres não são carros...
Cada uma com seu papel na trajetória total dessa vida que eu fico devendo (para mim, tem um valor sentimental muito grande, sabe?! Mas infelizmente no mercado sabe como é... nossas vidas são sempre tão desvalorizadas...tempos de crise... sabe como é...).

Mulheres que vem... mulheres que vão....
Mulheres que são.

Pessoas que vem...


mas hoje é pra falar das mulheres....
E ACREDITEM! ELAS TAMBÉM SÃO PESSOAS! ! ! !

Porém charmosamente mais toleráveis.

Parabéns pelo dia de hoje e pelo trabalho impecável que as senhoras vem realizando.
Há bastante tempo.