quarta-feira, 27 de julho de 2011

Madrugada principio ou fim

Madrugada princípio ou fim

(João Martins/Moyseis Marques)

A tarde vem sofisticar o dia.
Um sol maduro dá ar de adulto à alvorada
E na passada, ao pé da noite, a vida corre
A madrugada é princípio ou fim?

O dia nasce todo dia a tanto tempo
E só se sente o hoje enfim ao despertar
Enquanto a noite não me embala em pleno sono
Sigo no ontem esperando o amanhã chegar

De dia sou criança
Sou quase um peixe no mar
À tarde a dor me alcança
Eu vou me recriar
Quando da dor esqueço
é porque anoiteceu
Na madrugada enluarada sou mais eu

Não me diga se amanheceu
Nem que o velho ontem já partiu
Meu canto ainda não desvaneceu
Só é amanhã pra quem dormiu


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quarta-feira, 6 de julho de 2011

Mistura e Manda

A ansiedade é o arco íris que nos cega as cores no caminho ao pote de ouro.
Ao ouro.
Só o ouro.
De que valem outros amarelos?
De que valem verdes a não serem dólares?
E a compulsividade rega.
Molha.
Afoga o redor e quem salva-se?
Só a dúvida.
O que era?
Era fome?
Era frio?
Era dor?
E já foi.
Já passou.
Já gastou.
E os vermelhos agora atacam as contas
Negativas.
A coisa fica preta pois cegos foram teus passos egoístas.
E aos celestes azuis tu recorerás pedindo aos céus e a sorte por mais.
Mais o que?
Já nem sabe.

Sem saber o gosto do suor, realmente não haverá graça na doçura dos laranjas.
Sem paciência ou perseverança não haverão de fermentar os vinhos e desbotar os rosas.
O que é o importante?
A felicidade ou a busca por ela?
O gozo ou a foda?
O tempo ou a hora?
O arco ou o ouro?

O branco é sim a paz.
E a paz é feita em cor
Mistura e manda
na calma dos lilás.

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