terça-feira, 14 de junho de 2011

Luzcameração

Está tudo sendo filmado.
Há câmeras por todos os lados.
Para e olha o canto da marquise
Vê se de lá alguém não te espia.

Desvia.

Aos teus, pelos teus patrimônios me resta rezar.
Pedir pra que, então, meu Senhor nos proteja.
Que o mal ou a fome não nos permeiem qualquer dano
Mas tira esses olhos da rua, matuto!
Tira esses olhos de mim

Será que por causa das coisas as coisas nunca mais serão as mesmas?

Daí fica a rua assim, sem gente.
Sem ladrão, mas sem sossego
O glóbulo que tudo vê está sempre ali
Aqui
Lá.
E mesmo quem não faz nada de errado
Assim, quem sabe, pela noite...
Se sente intimidado com o monitoramento.
Pois tem gente quem ainda gosta de embrenhar-se pelos cantinhos obscuros da cidade.
Obscuros mas nem tanto...
Obscenos, mas filmados.

A rua do povo
O povo da rua
A rua sem povo
E o povo sem rua
Cerimônia entre eles... óbvio desconforto em cena.


Alô, direção:

Os entusiastas do "libera-geral" estão chegando
Estão transformando
De perto, longe, dentro e fora.
Tudo tão cafona que dá dó da gente mesmo.
Repensando em outros tempos.
Nosso mundo tão hi-tech
Pode ter graça nenhuma.

Um comentário:

pablo gamarra disse...

hj em dia o certo seria dizer: SORRIA, VC NÃO ESTÁ SENDO FILMADO!

bj
gamoa.